sexta-feira, 24 de junho de 2011

Auto-estima: metáfora ou causa




Usualmente ouvimos expressões como “fulano, não tem auto-estima ou ciclano está agindo de determinada maneira pois tem baixa auto-estima”, mas o que é auto-estima? Ao pensarmos sobre este termo temos dificuldade em atribuir-lhe significado, uma vez que de forma isolada ele não descreve nada. Muitas pessoas compreendem a auto-estima de forma mentalista, ou seja, como uma entidade interna responsável por seus sentimentos e comportamentos. No entanto, trata-se de uma definição dada a uma classe de comportamentos distintos.


Ao falarmos sobre um indivíduo que possui baixa auto-estima, estamos nos referindo a uma relação dual de sentimentos e comportamentos. Os sentimentos podem ser evidenciados em expressões verbais como “ninguém gosta de mim” e no comportamento de “dizer sempre “sim” a pedidos de terceiros, mesmo contra a sua vontade” agindo desta forma receberá a valorização das pessoas. Assim, a presença de componentes como estes nos leva a concluir que o individuo possui um baixo conceito sobre sí mesmo, isto é, possui baixa auto-estima. Resumimos então uma classe de comportamentos em um único conceito e o generalizamos.

Sendo assim, é possível dizer que a auto-estima nada mais é que um conceito criado pela sociedade verbal, não podendo ser considerada a causa de nenhum comportamento, pelo contrário, ela consiste em uma metáfora, isto é, uma palavra empregada fora do seu sentido normal, ou seja, um sentido figurado, um conceito inventado. Neste sentido, o trabalho do psicólogo não consiste em desenvolver a auto-estima dos indivíduos, mas sim possibilitar a aprendizagem de um novo repertório de comportamentos e respostas mais adaptadas do individuo para com o meio.


Vanessa Wiegratz

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