sexta-feira, 9 de novembro de 2012

SAUDADE



Boa tarde pessoal!

Depois de algum tempo sem postar algo, vou compartilhar com vocês um texto que li a pouco sobre a tão conhecida SAUDADE, quem não a sente, não é mesmo!? Grande parte de minha vida é uma grande saudade.

Boa leitura!

SAUDADE... Bem.. sobre saudade, muito há o que se falar.

Existem pessoas que se recordam com saudade de um determinado encontro amoroso onde teve um prazer um tanto quanto mais acentuado do que o seria lícito esperar. Fica, então com recordação daqueles doces momentos flutuando em suas lembranças. Essa é a parte boa. A que pode não ser muito boa, é quando se defronta com as poucas possibilidades de um novo encontro. E em havendo, com a expectativa de que nunca será a mesma coisa...

Também existe a saudade de amigos, entes queridos que se foram. Aí, se não existe nenhuma expectativa de reve-los, há que se curtir as boas recordações mesmo. Única solução.

Há também aqueles que, por circunstâncias se afastam da família. Tem que saber administrar a ausência, principalmente quando razões adversas impedem um reencontro.

Realmente, por vezes complica. É quando se diz que a "saudade dói". Não é uma dor física. Essa dor fica na alma. Sente-se e só se consegue minorá-la, com os meios de comunicação. Quem vive ou já viveu fora do País, ou tem entes queridos nessas condições, sabe bem do que estou falando.

Por vezes vem um nozinho na garganta e, para desmanchá-lo, tem que se usar o "método das boas lembranças". Mesmo que essas estejam meio distantes no tempo.

Novamente nossa amiga e poeta Anna Amélia, lembra algo interessante, vejam:
"Na terapia me colocaram a saudade como sentimento que a gente tem, quando uma experiência ou vivência é interrompida antes de se completar... o resto seriam lembranças.... Identifiquei-me muito com esta idéia. Por isso a saudade dá aquela espécie de tristeza, aquela vontade de completar a vivência interrompida. Aí a solução é fazer o que você falou, procurar as boas lembranças que ficaram, para se consolar, e sair da tristeza, ou procurar meios de completar a experiência vivida.....O que você acha?"

Eu penso que é exatamente por aí... O que provoca a saudade, está muito bem assim explicado... é aquele algo mais que faltou naquela convivência com determinadas pessoas.

O que se pode dizer também, é que por vezes pinta uma pessoa muito especial e, por circunstâncias, não se pode ficar junto. Nesses casos, a saudade chega a ser muita... Mas... que fazer? O melhor é procurar acomodar no mesmo pacote a saudade trazida pela ausência, com as recordações que motivam essa saudade e aí, quando começar a doer, abre-se o lado das lembranças, e o negócio é curti-las. Não é o medicamento definitivo, mas serve como paliativo. Entendeu amiga?

Aplica-se também a animais de estimação, e até mesmo a certos objetos perdidos ou roubados. Claro que nesse caso não com tanta intensidade. Mas sempre será uma "vivência interrompida", que será mais ou menos dolorosa conforme o tipo de interrupção na vida.

Pode-se também pensar em termos de viagens, lembrando aquele turista, por exemplo, que se preocupa tanto em fotografar a viagem, que deixa de vivê-la como poderia, e depois sente saudade do que poderia ter vivido ou feito, e não teve tempo, pois estava fotografando, esquecendo-se de que se as fotos guardam as imagens, o que é visto e fotografado com os olhos do espírito, permanecem para sempre no melhor álbum de recordações que é a memória...

Tive uma prova disso ao relembrar agora a viagem ao Congo. Não tirei muitas fotos. As melhores perderam-se pela ação do tempo. Não as consegui recuperar. Mas os fatos vividos ficaram gravados de forma indelével, e à medida que ia escrevendo, posso dizer que estava vendo um filme em três dimensões. Cheguei a sentir o cheiro daquela manada de elefantes, ou sentir o bafo da mamãe hipopótamo atrás de mim, resfolegando mais do que uma locomotiva... Bem como o tremor incontrolável que senti quando a leoa faminta deu aquela patada no pára-brisas do jipe.

Não tirei fotos e não precisei delas...

Saudade... recordações... por que será que nunca conseguimos resistir ao nozinho na garganta? 


Marcial Salaverry 
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